BRT Metropolitano depende de aval federal

15/08/2016 - O Liberal - PA

Há meses o Governo do Estado aguarda a cessão de trecho da rodovia BR-316 para a gestão estadual, para que um projeto de melhorias na via, interligando vários municípios, possa ser executado. Os recursos, inclusive, já estão garantidos. O Ministério dos Transportes, porém, ainda analisa o pedido e um grupo político do Estado faz de tudo para atacar o projeto para conseguir um feito inédito no Estado: privatizar a BR-316, que pode gerar inclusive cobrança de pedágio. Para o governador Simão Jatene, trata-se de mais uma manobra com motivação política, prejudicando o Estado. Abaixo, o governador fala sobre este assunto e sobre o BRT.

Porque investir no sistema de transporte rápido BRT na região metropolitana?

Jatene - Todos sabem que a rodovia que vai do Entroncamento ao município de Marituba, apesar de ser uma BR, BR-316, é um trecho urbano, de entrada e saída da cidade, utilizado por todos os que vivem na região metropolitana e por todos aqueles que vêm para a capital pela estrada. Pela própria dinâmica da região metropolitana e, lamentavelmente, pela falta de manutenção necessária em uma via dessa natureza, esse é um trecho que vive congestionado, onde se tem um número elevado de acidentes, se constituindo em um grande problema que é a entrada e saída de Belém, que se agrava gradativamente.
Esse é um tema da maior importância para todos nós, um desafio que está sendo estudado pelo Governo do Estado há algum tempo e chegamos ao projeto do BRT Metropolitano como um caminho para desafogar o trânsito, não só nesse percurso, mas em Belém, porque com isso se retiraria alguns dos veículos tradicionais na cidade. O projeto prevê tanto a estrutura necessária para implementar um sistema de ônibus rápido, como uma reforma completa do pavimento, com inclusão de ciclovias, calçamento padronizado e paisagismo, disciplinando melhor toda a estrutura , oferecendo um transporte mais rápido e de melhor qualidade, para atender  a população que diariamente tem que usar o transporte coletivo. É um projeto que muda toda sistemática da via atual.

Quando o governo do Estado começou o projeto efetivamente?

Jatene - Em 2012 começamos a negociar com o governo japonês uma operação de crédito, ou seja, um empréstimo para implantar o BRT no  trecho que vai do Entroncamento a Marituba e conseguimos a aprovação. No fim do mesmo ano estive no Japão assinando o contrato com o governo japonês, através da Jica, e com a presença do Governo Federal como instituição interveniente do acordo. Esse contrato exigia que a gente inicialmente fizesse o projeto do BRT e que esse projeto fosse feito através de uma concorrência internacional que faria a qualificação, pré-qualificação e elaboraria todo o projeto de engenharia, além do gerenciamento e supervisionamento das obras.